quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sou apaixonada pela vida. E vira e mexe, me apaixono pelas pessoas. Estar apaixonada é quase que uma necessidade fisiológica. Quando não é assim, fico sem graça, sem poesia. O Hérnia de Hiato não me deixa mentir: as palavras mudam, as pessoas brilham, os objetos mudam, as paixões acontecem, os amores dão as caras de tempos em tempos. Cada paixão tem a sua delícia e sua dor, cada uma tem seu durante e seu fim. Fui aprendendo com a vida a não ter medo da dor, a não ter medo de amar, a dar nomes às paixões e a dar vez aos sentimentos. Foi numa das páginas de Drummond que li que “além do amor, não há nada, amar é o sumo da vida”.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vem calar minha boca
com a tua.
Vem pegar meu corpo
com o teu.
Vem deitar teu sexo
no meu.
Desaguar minha sede
na tua.
Matar minha fome
de você em mim.
Tua fome de mim
em você. Vem.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ando fechada pra balanço
doida para alguém
me balançar.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Acima do bem
Atira-se na vida
Tira outra vida
Acima do mal

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O que já foi não é
O que será talvez
O quê? Deixa pra lá

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Canta de pernas pra cima,
A felicidade quase sai
Pela janela do carro.
Preciso de vidro elétrico
Pro vento não te levar de mim.

Submersa no travesseiro
à procura do seu cheiro
encontro apenas choro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ando léguas em sonhos
Reviro, viro, desviro
Acordo com a cabeça nos pés

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Filha, olha para mim
Como está o tempo lá fora,
Pediu a mãe ao acordar.
E a menininha,
Em súbita e inocente sabedoria:
Passando, mamãe.

Poema de Claudia Camara do livro 19 atos

Claudia nos deixou ontem, mas continuará sendo
mil inspirações na publicidade, na poesia, na vida.
Nada passava em vão por aqueles
lindos olhos azuis...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sim. Deixei você me usar.
E não se sinta maior por isso.
Deixei você me usar
Para que sentisse
Que entre nós não há
Tamanhas diferenças.
Não. Você ainda não percebeu
Que não podemos 
Ganhar, nem perder
Do que é espelho.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Do que você gosta
Eu gosto
Do seu gosto
Eu gosto
Do que você gosta

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pra conversa sem fim,
três pontos até que chega
ao ponto final.

domingo, 19 de agosto de 2012

Abri meus olhos pra você.
Vi sua dor em mim.
Será que você não vê?
A dor ainda é fim.

domingo, 29 de julho de 2012

Abri meus olhos ainda à noite,
Vesti roupa amassada,
Calcei sapato apertado,
Dei com a língua nos dentes,
Acordei do lado errado
E tudo doeu.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Te vejo, não te reconheço,
não sou mais a mesma,
em tempo, enfim.

sábado, 16 de junho de 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Amores diversos


Em caixa,
sortidos bombons.
Garoto, Moça.
Diamante Negro,
Ouro Branco.
Nessa serenata,
Sou mais feliz.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Vivo falando sozinha
e disfarço a solidão.
Louco é quem consente
com a infelicidade.

terça-feira, 13 de março de 2012

Entra pela porta
nos braços da visita,
em devoção na novena,
no livro de bolso
dos espíritos.
Para ele, a casa
está sempre aberta.
Para a gente,
abre-se janela.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ok, já sei quem você é.
Agora posso te abraçar.
Quem sabe pra sempre?
Depois de tanto tempo,
beijos são tão pueris.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pode ser Maria, João.
Papai, mamãe, denguinho.
Pode ser próprio, ou não.
Amor não tem nome. Só tem.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Se uma palavra cala,
uma outra ganha voz
onde nem se espera.
Palavra é gancho.
Clichê é a vida.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O lado esquerdo,
esse incomoda.
Não me admira se
o doutor disser:
- é coração.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Olhando o vazio do dia seguinte,
senti um desejo urgente
de me transformar em registro.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Falar de amor sem flor.
Falar de flores sem amores.
O terreno está infértil
para poesia romântica.
Quem sabe depois das chuvas.