quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Chega esta época do ano tenho vontade de juntar todas as coisas colocar em caixas e chamar um caminhão de mudanças.
Mas em vez de mandar tudo embora, deixo as caixas na rua e pego carona no caminhão.
Isso, quero pegar carona no caminhão de mudanças.
O local de entrega? Pra onde Deus mandar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Fala que te olho.
Pega que te mordo.
Ouve que te digo.
Cheira que te toco.
Olho e quase choro.
Mordo e quase morro.
Digo e quase rio.
Toco e quase começo
tudo outra vez.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

"Vamos pedir piedade, senhor, piedade pra essa gente careta e covarde"

Beijo gay, noticias conflitantes do capitulo final da novela 08:44

Segundo a Folha deste domingo, a autora Glória Perez afirmou que a cena do beijo gay do último capítulo de 'América' foi "cortada pela Globo" por decisao da "alta direçao" do canal. Luís Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicaçao, havia negado a Folha na noite de 6a que a emissora tivesse cortado o beijo e havia remetido a Gloria a responsabilidade por responder sobre a nao-exibiçao. 07/11 Julio Hungria

Na materia de Laura Matos, a autora contesta a TV - "Eu nao cortei a cena do beijo coisa nenhuma. Eu fiz a cena, ela foi realizada e a casa cortou, considerou que nao devia ir até o fim e deixou só aquele pedaço". Diz ter ficado "perplexa" com a declaraçao de Erlanger e "frustrada" com o corte - "Eu e o Marcos (Schechtman, diretor da novela) tivemos duas reunioes com a cúpula e defendemos a cena até o final. Nao sou maluca, divulguei que o beijo ia sair. Está na hora de ser mostrado. O beijo tinha aceitaçao. Nao vou carregar isso. É injusto" - reclama. 07/11 Julio Hungria

Ouvido no sabado pelo jornal, Erlanger foi claro - "Nao houve cena cortada. No capítulo que foi entregue, nao tinha essa gravaçao. E, se tivesse (a cena), e a Globo julgasse que deveria cortar, cortaria, como corta tudo o que acha que nao é pertinente". 07/11 Julio Hungria

E tem mais

"O elenco, reunido para ver o último capítulo num restaurante em Jacarepaguá, foi surpreendido na hora com a cena sem o beijo. Bruno Gagliasso chorou inconsolável". A supressao da cena foi decisao da direçao da Globo, diz Patricia. Glória Perez se declarou “tao frustrada quanto o público”.


Deu no www.bluebus.com.br

terça-feira, 18 de outubro de 2005

E Deus me deu o dom da palavra.
Quando tenho que calar, falo demais.
Quando tenho que falar, fico sem palavras.
Hoje sei que o dom não é de quem acerta sempre.
Tem o dom quem sabe errar e sobretudo seguir em frente.
Pra quem não sabe errar escrever é um sofrimento.
Palavra pra mim é vida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Existe paixão e paixão.
E a cada dia que passa tento aprender distinguir uma da outra.
A paixão que faz bem e a que faz mal.
Não concordo que toda paixão seja maléfica e que somente o amor seja bom.
Existe amor doentio não existe? Da mesma forma que existe a chamada paixão cega.
Sou uma pessoa movida por paixões e falar pra que eu evite isso é o mesmo que dizer pra deixar de viver.
Tenho paixão pelo que faço, paixão por escrever, paixão por viajar, paixão por conhecer pessoas novas, enfim.
E são paixões que não me fazem mal algum. Será que tudo isso na verdade é amor???
O que é o amor, afinal? Pode o amor nascer sem ter sido paixão?
E se o amor é do bem, teria como a paixão que o originou ser ruim? Pelo simples fato de se ser paixão?
Não é minha intenção responder a essas perguntas, não se engane.
A pergunta que me faço toda vez que me apaixono e pra qual sempre tenho uma resposta é: me faz bem, ou me faz mal?
Se me fizer mal, estou fora. É uma visão simplista, concordo. Mas pra que complicar?
Tenho uma vida inteira de paixões pra viver.

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Você quer fazer amor e poesia. Como posso recusar?
Impossível não ficar excitada com a sonoridade das suas palavras.
Com os contos dos sonhos coloridos. Com o silêncio da noite quebrado pelo gozo.
É loucura em verso e prosa. É querer que desagua em reticências.
É a sua inspiração que se funde à minha.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Dia chato que não passa.
Fecho os olhos. Abro. Não passa.
Abro a boca. Bocejo. Não passa.
Vou ali. Volto. Não passa.
Escrevo. Apago. Escrevo. Não passa.
Dia bom que não chega.

sexta-feira, 30 de setembro de 2005

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Nem bem aparece,
e já estou com sorriso aberto
e o bom dia na ponta da língua.
Nem bem pede um beijo,
e eu já emendo um na boca.
Se manda boa noite,
sonho noites em claro.
Se manda um cheiro,
aí que me perco
e não sei pra onde
aponta o nariz.

E você ainda quer mais?
Êta amor da minha vi.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Ontem, li você.
As palavras lidas
pareciam ditas
ao pé do ouvido.
Passaram o dia
comigo.
Foram pra cama,
deitaram ao meu lado
como se fosse você.
Suas palavras são
meu alimento,
são alento.
Suas palavras
fazem parar o tempo
como um beijo sussurrado
no lábio sedento de você.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Sinto falta das suas palavras distantes.
Do seu sotaque sem rumo.
Da sua respiração ofegante.
Do seu calor apegado.
Da sua improvável presença.
Da sua presença marcante.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Nas suas costas,
meu nome.
Na boca, sexo.
Palavras que
ungem seu corpo.
Oração profana
do meu querer.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Não brinca muito não, que a vida é coisa séria.
Tem pé de moleque quebrando dente de nego.
Tem pistola de água fria apontada pra cabeça quente.
Tem caça palavra na cola de quem dá com a língua nos dentes.
Tem pedalada em cima de perna de pau.

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Coloque seus olhos no espremedor de limão.
Aperte bem. Passe o caldo na janela que dá pra rua.
Do resto frite um bolinho e sirva aos convidados
esfomeados de reality show.

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Sonho de palavras cinzas.
Despedida para todo sempre que se repete.
Travesseiro vazio de você e seco de lágrimas.
Virou costume. Mais até do que deveria.

quarta-feira, 27 de julho de 2005

Ando a passos curtos.
Esboço no máximo, poucos sussurros.
Por enquanto, passo em branco.
O turbilhão fica pra mais adiante.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Aniversário chegando e não sei o que fazer. Ano passado foram três festas em uma. Começou às duas da tarde e foi até meia-noite. De duas às 16 era um povo, no final da tarde outro povo e à noite outro povo louco e dá-lhe sinuca, dá-lhe feijoada. Eu descendo com as cachaças do meu pai e o povo tomando todas.
Este ano ainda não planejei nada, pra variar. Mas quem quiser aparecer lá em casa no domingo, é só dar um ligadinha.
A festa a gente faz na hora.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Fico pensando o que leva os gays a irem no programa da Lucianta pra discutir sobre homossexualismo com pessoas da igreja universal. Será que eles acham que os pastores vão contradizer toda a cruzada contra os gays, sensibilizados pelos casos de amor declarados no programa? Será que eles pensam que os pastores vão abrir mão de centenas de fiéis iludidos pela promessa de que seus parentes encontrem Jesus e deixem de praticar a sodomia? Será que eles pensam que o público vai mudar de opinião ao ver uma discussão tão pobre? Fica um turma berrando versículos decorados da bíblia e a outra se justificando por amor. É deprimente. Será que eles não percebem que os religiosos acompanham o programa simplesmente para confirmar sua posição, assim como os gays?
Sinceramente, é pior pra gente, porque dá vergonha de ver as sapinhas e bibas se sujeitando a tal coisa. Vergonha porque essas discussões nada saudáveis não contribuem em nada na luta pelos nossos direitos. Vergonha de só de pensar que para eles se exporem ao constragimento de serem comparados com criminosos, anormais e coisa ruim devem receber alguma grana, e isso significa que o amor que eles tanto defendem tem um preço no mínimo mixo que poder ser bancado por qualquer emissorazinha de TV.
A propósito, não consegui ficar ligada no programa nem um bloco. Mudei de canal e me senti aliviada por achar que outras pessoas também deviam ter mudado de canal. Mas quando chego no trabalho no dia seguinte, o primeiro comentário do meu colega de ilha foi: vocês viram a discussão sobre homossexualismo no programa da Luciana Gimenez? Pois é, vencida pelo ibope.

terça-feira, 21 de junho de 2005

Me conta o que?
Isso não conta.
Calma, respira e conte até 10.
Dá um desconto, vai.
Conto com você sempre.
Conte pra me dar uns contos.
Nada pra contar?
Tá bom então, nem te conto.

segunda-feira, 30 de maio de 2005

" Meninas que saem maquiadas, na quarta, não são confiáveis."
A poetisa

segunda-feira, 23 de maio de 2005

Queria escrever flores. Queria sentir cheiro de vida. Queria dedicar música feliz.
Queria sorrir insuportavelmente. Queria ser criança bagunceira. Queria dar colo quente.
Queria viajar só pra tomar sorvete. Queria dormir e sonhar você.
Queria contar piadas pra acabar com o mau-humor. Queria concordar sempre.
Queria sentir o mesmo. Sinto muito. E por sentir tanto me torno incapaz de você.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Nas sombras do viaduto, trepa com marginal.
Faz roleta russa com o próprio útero.

terça-feira, 10 de maio de 2005

olho pra janela. os prédios passam. as nuvens ficam. o cd pula. ligo a tv. horário político. lixo da ditadura. cd no dvd. ingmar bergman. hora da florisbela. 20 páginas on the road. telefone não toca. me tira daqui. o que é bom está desgosto. amanhã tem mais.

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Depois que passa o temporal, sempre fico com as poças d'água.
Elas guardam o segredo do que passou e refletem o sol que está por nascer.
Às vezes eu tenho vontade de me deixar levar pela enxurrada.
Mas as poças, estas sempre me agarram pelo pé, me prendem em fascinação.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Sinto a dor do vazio.
Bocas desconhecidas não me preenchem.
Palavras amigas não dizem muito.
Nada do que está acontecendo é capaz de fechar
o buraco que você deixou em mim.
Não sei mais o que sou. Nada se parece com o quero.
Não quero ser você, nem o que sou. Não quero ser ninguém.
Quero ser um bicho qualquer pra não ter que dar explicação.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Você me conhece?
Acha que sou realmente o que consta no rótulo que colaram em mim?
Que minha composição é feita de deboche, pretensão, arrogância e orgulho?
Você me conhece?
Acha que tudo o que quero é alguém que veio da minha costela
e tenha todas as minhas qualidades, conquistas e defeitos?
Você me conhece?
Sabe de onde vim e pra onde quero ir?
Você me conhece ou pensa que sou aquele que colocaram
na prateleira do supermercado?

quinta-feira, 17 de março de 2005

Cumpri o prometido. Pulei da janela da agência. Caí na página de um livro marcado por personagens estranhas, bem interessantes. Um menino que sinaliza aspas com as mãos. Um francês que toma banho. Um que pensa que inteligência é dizer: eu discordo de você. E coadjuvantes como a menina da sobrancelha delineada e unhas curtas sempre pintadas. O homem gramática normativa. O menino doce de boca fechada.
Agora, estão sobrando palavras.

segunda-feira, 7 de março de 2005

Sua presença é boca calada que diz com beijo.
É boca de beijo que diz desejo.
É boca de desejo que diz tudo
o que quero ouvir.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Descontrução do óbvio
para afirmar o diferente.

Sou o que sou.
Se não fosse não seria.
Sou o que quero.
Se não fosse o querer,
não queria.
Sou o que penso.
Se não pensasse,
emburreceria.
Sou o que mostro.
Se não fosse,
esconderia.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

As palavras estão costuradas na garganta uma a uma.
Agarradas na glote.
Quero vomitar um mundo do qual não faço parte.
Espirrar a vida que não quero pra mim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

“Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você."

Sartre

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

Gu do Angu, vc conhece o gordão que mora no viaduto da lagoinha e que anda quase pelado pela cidade toda? Ele é muito engraçado, um dia eu o vi andando peladão no meio dos carros na contorno, perto do loyola. O sinal fechou e ele também parou e ficou assim até o sinal abrir...rs.
Fizeram um grafite dele no viaduto que vai pra cidade nova, ficou muito legal.

O comentário ficou muito grande e resolvi colocar aqui.

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

-O que é isso que tá vermelho no seu rosto?
-Acho que é uma espinha que cutuquei.
-Sei.
-Que cara é essa? Você tá achando que é outra coisa?
-Imagina. Olha, meninas que usam aliança não podem cutucar a espinha.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Êta menininha obscura,
arranca os olhos das bonecas
e odeia toques polifônicos.
Bate com a cabeça no ônibus
e vai pra Europa toda roxa.
Êta menininha cabeça dura.

Êta menininha OB,
vive enfiada nunca se sabe onde,
some do trabalho e só volta quando quer.
Ser habitante de planilhas que dá pra redatora.
Êta menininha difícil de ver.

heheehe...beijo pra vc Stella Obscura, digníssima OB. Feliz aniversário.

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Resolvi tirar do armário minha máquina de escrever portátil remington. Azul, linda. Foi com ela que comecei essa história de publicidade. Eu ficava assistindo tv com a máquina no chão e copiando as propagandas que achava legal. E batendo tudo à máquina. Eu devia ter uns doze anos.
Então, tirei a máquina do armário e não é que ela funcionou. A fita tá meio velha e a tinta fica meio apagada, o "o" é digitado abaixo da linha das outras letras e tem algum braços que agarram e tenho que destravar com a mão. Exatamente como funcionava há 20 anos.
Adoro tirar coisas do armário, qualquer dia desenterro o Arthur, o robô.
Ops, 2005 já começou. Sabe que nem parece. Acho que ainda tô com um pé no ano passado. Deve ser porque não viajei no reveillon, deve ser porque o Calendas ainda não saiu, deve ser porque ainda não fiz nada de diferente, deve ser porque...
Credo, acho que vou pintar o cabelo de rosa, casar e passar a viver de luz.
Odeio mesmice.