quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A mulher do Correios bateu campainha, precisava da minha assinatura na correspondência.
Ela me disse que não poderia demorar, pois ficou muito tempo conversando com a Dona Iracema.
E disse também: Coitada, perdeu o marido. Tava precisando conversar.
Dona Iracema perdeu o marido há mais de 10 anos.

Para Miranda July

domingo, 23 de novembro de 2008

A falta da tua palavra me cala.
A tua presença sem excesso me abala.
Teu olhar indiferente me cega.
Me nega, me toma, me leva.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ata-me na sua boca ata-me.
Ata-me no seu vestido que voa ata-me.
Ata-me com sua faixa de cabelo,
pés para o alto, olhar doce, doce.
Ata-me de tão doce.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Chat

Mil dólares em bolinhas de champanhe. Flutuo.
Uma dezena de vestinhos sexy. Gozo.
Palavras desmedidas. Rio.
Milhões de links descartáveis. Vasculho.
Léguas e léguas adiante. Descubro.
Tarantino que o parta. Confundo.
Amanhece. Durmo. Anoitece. Acordo.
Vai-e-vem. Fico. A hora passa. Vivo.