sábado, 30 de junho de 2007

De cara no chão,
sentia a respiração,
olhava para frente
e não via nada.
Não havia nada,
além de mim
de cara no chão,
juntando forças
para olhar o céu.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Quem nunca errou que atire a primeira pedra.

Eu não guardo rancor. Se alguma pessoa erra comigo, sei perdoar.
Pode demorar, posso ficar magoada, mas sempre perdôo e isso sempre fez bem pra mim.
Não preciso punir essa pessoa, nem fazer nada de mal pra ela. Já basta o sofrimento de admitir que errou e que precisa se redimir, ou se policiar para não repetir o erro. Afinal, o maior juiz é a nossa própria consciência, não é mesmo?
Mas tem gente que não consegue agir assim. Fica chateada e não é capaz de perdoar, mesmo quando ouve desculpas. Diante disso, eu decidi tomar uma atitude, não quero que pessoas assim façam parte da minha vida. Se elas não são capazer de entender e perdoar, quando erro, é porque só sabem conviver com quem nunca erra. Eu não sou assim, erro e até erro demais. Erro principalmente comigo.
Então, decidi me rodear de pessoas que sejam como eu: que errem às vezes, mas que saibam admitir o erro e, principalmente, que saibam perdoar. Isso sim é amizade que vale realmente a pena.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Era uma forte tempestade.
A chuva batia em nossos corpos, cegava nossos olhos e gelava o peito.
Não consegui agarrar a sua mão.
Tudo faz parte de um grande circo.
A carência, o ímpeto, o rancor, o caráter, o onírico.

domingo, 17 de junho de 2007

Chega uma hora que a gente tem que catar lixo na esperança de encontrar alguma sobra que nos alimente. É nessa hora que eu despertei e vi onde fui parar. Mas o abrigo que procurei está cheio de cegos como eu estava há cinco minutos atrás. Então eu gritei, mas não encontrei ouvidos. Encontrei surdos pela própria voz. Calei e engasguei com meu próprio silêncio, como sempre faço quando não encontro lucidez. Calo e me deixo engasgar até que vem o choro para mostrar que ainda resta vida, pelo menos dentro de mim.