sexta-feira, 28 de maio de 2004

E não é que no lançamento do Aritmetica de Fernanda Young tinha um senhor com 73 anos, coincidentemente a mesma idade do personagem do livro, que pediu a ela que passasse batom, desse um beijo na folha de rosto e autografasse a obra que ele carregava junto ao peito.
Queria ser Nelson Rodrigues para desvendar o que se passava na cabeça do velho.
Seu fetiche foi tão curioso que me fez esquecer no bolso todos os recados picantes que eu levara para a mulher.

terça-feira, 25 de maio de 2004

O orkut é um rebuceteio virtual. Você acha que está conhecendo gente nova e quando vê é a ex da ex do caso da confusão da paquera de uma amiga sua.

segunda-feira, 24 de maio de 2004

Minhas mãos ficam trêmulas
quando levo comida à boca.
Eu sei que elas só vão
parar de tremer
quando eu der comida
na boca do outro.
O problema não está
nas minhas mãos,
está no coração.

terça-feira, 18 de maio de 2004

Passo pela porta da sala e encontro minha mãe deitada no sofá, com as pernas pra cima. Pantufas de pata de tigre nos pés.

domingo, 16 de maio de 2004

Ontem fui a um aniversário com o Gu e o Daniel. O sábado, que não prometia nada, acabou sendo bárbaro. A festa começou com um carinha tocando um violão e cantando músicas infantis, depois o mesmo violão foi parar na mão da amiga da mãe da aniversariante. Surpresa geral, a mulher tem uma voz linda e toca super bem. E no rastro, a namorada da aniversariante que arriscava a cantar também foi super bem. O aniversário virou uma jam session. O violão passou para a mão de um outro carinha que tocou bossa nova e mpb. Depois o instrumento virou uma banda com batera eletrônica, guitarras e baixo. O rock tomou conta da festa com queen, stones e rock brasil dos anos 80. Pulamos muito. O gu estava em noite performática e fazer bocas e poses com ele foi o melhor da festa.Passada a agitação das guitarras distorcidas, volta o violão só que dessa vez acompanhado por uma flautista de mão cheia que também surgiu do nada.
Acaba a festa, volto pra casa às três da manhã. No som do carro, fisherspooner. Quando estou quase chegando em casa, emerge. Delirei lembrando do skolb, coloquei a música no talo e dancei dentro do carro, uma mão no volante e a outra pra cima.
Sozinha, louca e feliz depois de uma noite ótima.

domingo, 9 de maio de 2004

Eu fui ontem para o interior pra casa da minha vó. Tava ótimo, fizemos a famosa via sacra pela casa dos meus tios e aí já viu, né? Em cada casa que a gente ia tinha que tomar café. E dá-lhe biscoito, dá-lhe pão de queijo, bolo e outras delícias. E ai de você se recusar. Em Minas, fazer visita e recusar o café é falta de consideração.
Na casa da minha madrinha foi engraçado, ela me mostrou umas bolsas de crochê que tá fazendo. São lindas e eu encomendei uma pra mim. Na hora de escolher as cores, eu bem que pedi uma toda colorida com as cores do arco-íris. Não quis nem saber se tava dando pinta, pedi logo uma bem rainbow. Aposto que vai fazer o maior sucesso.
E hoje no almoço da minha vó, meu primo contou que foi num casamento e só tinha sapatão e bicha. Diz ele que até estranhou quando recebeu o convite do noivo. Que quando viu de quem era o casamento foi logo perguntando: ué a igreja liberou casamento gay?..rs...Eu fiquei só rindo e pensando, ai que saco, devia ter me convidado pra ir.
Família tradicional é assim: eles fingem que não sabem da gente, a gente finge que não sabe que eles sabem, ninguém tem coragem de perguntar, ninguém tem interesse em responder e assim somos felizes para sempre.

segunda-feira, 3 de maio de 2004

A ditadura do Jazz

Eu gosto de curtir jazz, mas de vez em quando. Não sou nenhuma fissurada por esse estilo e confesso que sou até ignorante.
É uma música gostosa de se ouvir. E prestigiar uma banda talentosa é bem agradável. Mas quando a gente é obrigado a engolir, fica chato. Aliás, como qualquer outro estilo para o qual você não esteja disposto.
Bem, fui com uns amigos para o Café com Letras e a noite estava ótima até que o garçom veio avisar que o show começaria. Como não estávamos a fim de ouvir, resolvemos ir embora. Decidimos ir para o Café Tina que fica a poucos quarteirões do Café com Letras para continuar com o papo e a rodada de chopp.
Chegamos lá, nos acomodamos, pedimos os chopps e os deliciosos bolinhos de arroz. Ficamos curtindo a casa e as pessoas que estavam lá. Tudo maravilhoso, se não fosse o garçom com a fatídica notícia: daqui a 20 minutos vai começar o show de jazz.
E o mais engraçado foi que quando estava indo embora, encontrei com outras pessoas que haviam saído do Café com Letras pelo mesmo motivo e que também foram para o Café Tina e consequentemente quebraram a cara.
É o que acontece quando você resolve ir a uma cafeteria em BH no domingo à noite.
E antes de sair de casa é melhor preparar seus ouvidos. Vai ter jazz.